SÁBADO 10H
Políticas públicas para a fotografia nos novos tempos
Angela Magalhães, Fabiano Piuba, Glícia Gadelha, Iana Soares, Iatã Cannabrava, Maíra Gamarra, Márcio Tavares, Miguel Chikaoka, Mônica Maia, Nadja Peregrino, Silas de Paula, Tiago Santana e Walter Firmo conversam com Milton Guran
Centro de Design, Estação das Artes
SÁBADO 14H30
Modos de cura
Daniele Queiroz (A História é outra) e Maíra Gamarra (Mira Latina) conversam com Daniela Moura
Centro de Design, Estação das Artes
Daniele Queiroz é artista, educadora, pesquisadora, fundadora do projeto “A história é outra” e atua como curadora-assistente de fotografia contemporânea no Instituto Moreira Salles, em São Paulo. Maíra Gamarra é fotógrafa, curadora, gestora cultural, pesquisadora e criadora do Mira Latina Lab e Residência. Com elas conversaremos sobre perspectivas curatoriais para além dos espaços institucionais.
Como as experiências de plataformas e projetos que coordenam contribuem para a reconstrução de gramáticas visuais? Que suturas e tensionamentos são necessários para uma fotografia que tenha a multiplicidade e complexidade como método e não como tema?
Daniele Queiroz (São Paulo, Brasil, 1986) é artista, educadora e pesquisadora. É mestre em Representações e Imaginários pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, onde também se graduou. Atualmente trabalha como curadora-assistente de fotografia contemporânea no Instituto Moreira Salles. É fundadora do projeto “A história é outra”, plataforma que abarca estudos curatoriais e práticas artísticas no campo da fotografia, olhando para corpos dissidentes que foram excluídos da historiografia oficial.
É cocuradora da exposição “Constelações latinas: encontros em fotolivros” no Festival Imaginária, assim como da exposição “Realidade e corrosão: fotolivros japoneses contemporâneos” no Instituto Moreira Salles. Atuou na equipe curatorial da exposição "Daido Moriyama, uma retrospectiva", “Palavras Cruzadas”, de Miguel Rio Branco, assim como no acompanhamento curatorial dos vencedores da Bolsa ZUM desde 2020.
Maíra Gamarra (Maceió, Brasil, 1983) Fotógrafa, curadora, gestora cultural e pesquisadora. Criadora do Mira Latina Lab. e da Residência Mira Latina, laboratório dedicado à fotografia latinoamericana que discute a imagem desde um viés crítico, político e contra-colonizador, onde desenvolve pesquisas, intercâmbios e acompanhamento de projetos no intuito de promover diálogo entre fotografes da América Latina. Foi Coordenadora de Operações do Museu Paço do Frevo e Gerente de Projetos na Art.Monta Design, especializando-se na elaboração e gestão de projetos, eventos e exposições artísticas.
Atua como pesquisadora convidada no Redlafoto, do Centro de Fotografia de Montevidéu; professora no MBA Cultura Visual: Fotografia & Arte Latinoamericana e coordenadora do Grupo de Estudos Imagens e Feminismos GIF. Foi cocuradora do 10º Festival de Fotografia de Tiradentes e do I Festival de Fotógrafas Latino-americanas. Curadora de exposições como: Cromosoma X, do Coletivo La Niñas; Para voar fora da asa, coletiva do Mira Latina Lab.; Ajayu, da fotógrafa Wara Vargas; Tecendo redes em meio ao abismo, coletiva do I FFALA.
SÁBADO 16H30
Fotos imaginárias
Mario Bellatin conversa com Joca Reiners Terron
Centro de Design, Estação das Artes
O escritor mexicano Mario Bellatin fundou no ano 2000 na Cidade do México a Escola Dinâmica de Escritores, onde só existia uma proibição: a de escrever. Autor de ficções que usam imagens e fotografias, tais como Jacobo el Mutante, Shiki Nagaoka e Biografía Ilustrada de Mishima, sua obra compreende o ato fotográfico não da ordem do registro, e sim do enquadramento. Desse modo, seus textos são fotos imaginárias, nos quais como fotógrafo usa a câmara sem jamais pressionar o obturador. Uma conversa sobre o convívio fantasmagórico entre fotografia e literatura na obra de um dos escritores mais originais da América Latina.
Mario Bellatin nasceu no México em 1960. Estudou Teologia e Cinema. Tem mais de 40 livros publicados, traduzidos a 21 idiomas. No Brasil, saíram Salão de beleza (Cultura e Barbárie), Flores (CosacNaify), Cães heróis (CosacNaify) e Carta sobre os cegos para uso dos que veem (Cultura e Barbárie). Ganhador do prêmios Xavier Villaurrutia, Mazatlan, Stonewall Barbara Gillings Literature Award, Prêmio Antonin Artaud, Prêmio José María Arguedas, assim como o Prêmio José Donoso. Foi curador da Documenta 13, Kassel, e entre seus projetos mais importantes, além da escrita, estão a Escuela Dinámica de Escritores, na Cidade do México, Los Cien Mil Libros de Mario Bellatin e o longa-metragem Bola Negra, entre outros.
Joca Reiners Terron (Cuiabá, 1968) fundou a editora Ciência do Acidente, pela qual publicou seu primeiro livro de poemas, Eletroencefalodrama (1998). A editora também lançou seu romance de estreia, Não Há Nada Lá (2001, reeditado pela Companhia das Letras em 2011), e seu segundo livro de poemas, Animal Anônimo (2002). Terron publicou os livros de contos Hotel Hell (Livros do Mal, 2003), Curva de Rio Sujo (Planeta, 2003; publicado em Portugal pela ASA editores, 2005), e Sonho Interrompido por Guilhotina (Casa da Palavra, 2006), além de Guia de Ruas sem Saída, novela gráfica ilustrada por André Ducci (Edith, 2012). Em 2010, recebeu o Prêmio Machado de Assis da Biblioteca Nacional pelo romance Do Fundo do Poço se Vê a Lua (Companhia das Letras, 2010; publicado em Portugal pela Teorema, 2016). Publicou A Tristeza Extraordinária do Leopardo-das-Neves (Companhia das Letras, 2013), Noite Dentro da Noite (Companhia das Letras, 2017) e A Morte e o Meteoro (Todavia, 2019), entre outros. Seu último romance é O Riso dos Ratos (Todavia, 2021).
SÁBADO 18H30
Guardar a vida, o tempo e o sonho em uma revista de fotografia: uma conversa entre editores
Alejandra Zamudio (Luna Córnea/ México), Brendan Embser (Aperture/ EUA), Henri Badaröh (Foam/ Holanda), Luis Weinstein (Sueño de la Razón/ Chile), Thyago Nogueira (Zum)
Pinacoteca, Estação das Artes
Revistas de fotografia atuam como faróis, convidando a olhar para narrativas visuais de maneira mais aprofundada e crítica em um oceano de imagens. Ainda ancoram pontos de partida, jogando luz em artistas, discursos e imagens como referência para um tempo, tema ou território. Nesta conversa, os editores Alejandra Zamudio (Luna Córnea - México), Brendan Embser (Aperture - Estados Unidos), Henri Badaröh (Foam - Holanda), Luis Weinstein (Sueño de la Razon - América do Sul) e Thyago Nogueira (ZUM - Brasil) apresentam as perspectivas e processos editoriais de revistas de fotografia em seus diversos contextos territoriais.
Alejandra Pérez Zamudio estudou Literatura Inglesa na Universidad Nacional Autónoma de México. É editora do Centro de la Imagen, onde coordena as coleções Ensayos sobre Fotografía e Lecturas al Acervo. Desde 2009 se dedica ao trabalho editorial, tendo participado de inúmeras publicações sobre fotografia e artes visuais, entre elas: Las amorosas más bravas (2013), Africamericanos (2019) e El juego y el arte em miniatura (2019). É co-autora de Rodrigo Moya: El telescopio interior (2014). Atualmente ela está pesquisando livros fotográficos no México e dirige a revista Luna Córnea, uma publicação do Centro de la Imagen.
Brendan Embser é o editor executivo sênior da revista Aperture em Nova York. É também o editor das monografias da Aperture de Deana Lawson, Chloe Dewe Mathews, Ethan James Green, Ming Smith, Philip Montgomery, Wendy Red Star, e Sunil Gupta. Foi o co-curador das exposições Aperture Summer Open de 2018 a 2020 e é o editor coordenador de " Creating Stories for Tomorrow", uma série comissionada em parceria com a Fujifilm. Fez parte do júri do Addis Foto Fest, Addis Ababa, Etiópia; Changjiang International Photography and Video Art Biennale, Chongqing, China; Sony World Photography Awards; e WMA Masters, Hong Kong; e participou de revisões de portfólio para o New York Times e o Bronx Documentary Center. Atuou como diretor de exposições na Walther Collection (NY), contribuiu com ensaios e entrevistas para Apartamento, Contemporary And, n+1, Gagosian Quarterly, Objektiv, e The PhotoBook Review.
Henri Badaröh (Piratininga, atual São Paulo) é artista visual e escritor tupiniquim. Através de propostas cuir, decoloniais e interseccionais, Henri trabalha os possíveis diálogos entre filme e fotografia, mídias analógicas e digitais, imagem e texto, os continentes americano e europeu. Mestre em Estudos Fílmicos e Fotográficos pela Universidade de Leiden e Bacharel em Fotografia pelo Centro Universitário Senac, Henri vive e trabalha na Holanda e frequentemente colabora com artistas multidisciplinares e publicações de qualquer parte do planeta. Desde 2021, Henri é um dos editores da revista internacional de fotografia Foam Magazine.
Luis Weinstein (Santiago, Chile. 1957). É formado em Comunicação e possui mestrado em Gestão Cultural. Fotógrafo documental e editor, palestrante e pesquisador em fotografia. Fundador da revista sul-americana de fotografia Sueño de la razon e da Fundação SudFotografica (2016), uma organização sem fins lucrativos no Chile dedicada ao avanço da fotografia. Autor de dez álbuns fotográficos e participante de mais de 40 exposições em diversos locais, incluindo museus e festivais de fotografia desde 1977.
Thyago Nogueira (1976) é curador e editor. Dirige o departamento de Fotografia Contemporânea do Instituto Moreira Salles e é editor-chefe da revista ZUM (revistazum.com.br). Organizou catálogos e exposições de Claudia Andujar (A luta Yanomami, 2018 e No lugar do outro, 2015), William Eggleston (A cor americana, 2015), Rosângela Rennó (Rio Utópico, 2018), Corpo a Corpo, a disputa das imagens (2017), Mauro Restiffe (São Paulo Fora de Alcance, 2014), Caio Reisewitz (Água escondida, 2014), entre outros. Em 2019, presidiu o júri da Fundação Hasselblad. Trabalhou por 10 anos como editor na Companhia das Letras.
SÁBADO 20H30
O extraordinário e o banal na obra de Graciela Iturbide
Graciela Iturbide conversa com Rosely Nakagawa
Pinacoteca, Estação das Artes
O extraordinário vulcão
Para os astecas, a civilização geral da Mesoamérica , o universo possui três partes: a Terra, que pertence aos humanos; o Submundo que pertence às almas, e o Plano Superior, localizado no céu.
Para a ciência, as furiosas montanhas do Cinturão Vulcânico Transmexicano, , devem sua existência ao um processo no qual a minúscula placa tectônica de Rivera e a gigantesca placa tectônica de Cocos afundam sob a placa norte-americana. O choque resulta em redes de reservatórios de magma no interior da crosta, dando origem aos vulcões.
A civilização mesoamericana tenta interpretar o caos rochoso ao seu redor há milênios por meio de pinturas de erupções vulcânicas em glifos e relatos sobre míticos pássaros trovão.
Um glifo do sistema de escrita asteca, usando pictogramas, ideogramas e construções fonéticas para registrar uma hélice é interpretado como uma representação de movimento em geral. Quando disposto sobre um glifo de camadas de terra, esse símbolo passa a significar terremoto.
A banalidade da pedra
Na arquitetura asteca, a utilização da pedra vulcânica tezontle está muito presente nas construções, assim como o jaspe (mineral vermelho) e o pórfiro (rocha ígnea).
Vale lembrar que as rochas vulcânicas se originam do magma ígneo dentro da crosta terrestre. Dentro do magma estão os ingredientes químicos para fazer os minerais de que são constituídas as “pedras”, matéria banal para o magma estrugido que é a base da uma das civilizações mais sofisticada do planeta: o México, que está localizado no Círculo de Fogo do Pacífico, como é conhecida a grande área com alta atividade sísmica e que liga a América e a Ásia.
Graciela Iturbide - Nasceu na Cidade do México. Em 1969 ingressou no Centro Universitário de Estudos Cinematográficos da Universidade Autônoma do México. Foi aí que conheceu o fotógrafo Manuel Álvarez Bravo que mais tarde a convidou para ser sua assistente. De 1971 até hoje, o trabalho de Graciela Iturbide foi exibido em mais de noventa exposições individuais e numerosas exposições coletivas em museus, galerias e instituições especializadas em fotografia moderna e contemporânea na América, Europa e Ásia. A sua obra tem sido publicada e reproduzida em vários países, em livros, catálogos e revistas. Diversos textos críticos e literários foram dedicados à sua obra. Entre algunsprêmios e bolsas que recebeu se destacam o prêmio W. Eugene Smith, o Grande Prêmio do Mês da Fotografia em Paris, o Grande Prêmio de Hokaido, no Japão, o Prêmio da Cidade de Arles, na França. Em 2008, o seu trabalho foi distinguido com o mais alto reconhecimento no mundo da fotografia, o Hasselblad Foundation Award. Em 2014, o Conselho Nacional de Cultura e Artes homenageou seu trabalho no Palacio de Bellas Artes e nesse ano ela recebeu o prêmio Infinity concedido pelo Centro Internacional de Fotografia por sua carreira como fotógrafa. Ela foi recentemente reconhecida pelo National Museum of Women in the Arts com o 2020 Lifetime Achievement Award for Excellence in the Arts e o 2021 Outstanding Contribution to Photography Award da organização Sony World Photography.
Rosely Nakagawa nasceu em 1954 em São Paulo, é curadora, e editora de arte e fotografia. Atuou em instituições culturais como Galeria Fotoptica fundada por ela e Thomaz Farkaz em 1979. Atua como curadora independente desde 1982. Criou o Espaço Cultural Citibank onde atuou como curadora de 1985 a 1990. Na Casa da Fotografia Fuji de 1997 a 2004 foi curadora das exposições nacionais e internacionais e leituras de portfólio. Foi curadora das Galerias FNAC Bresil, no Brasil de 2004 a 2009, quando publicou a coleção e entrevistas no livro “Encontros com a Fotografia”. Atualmente, atua como gestora do Centro Cultural do Cariri, no Ceará.
Realiza mostras no Brasil e exterior, tendo atuado nas principais Instituições brasileiras, museus e centros culturais da América Latina, EUA, Japão e Europa, tendo em seu portfolio exposições de Thomaz Farkas, Fernando Lemos, Carlos Moreira, Luiz Braga, Tiago Santana. Editou livros de fotografia para a Tempo d’Imagem, Edições SESC e para edições autorais de diversos artistas brasileiros.