Maureen Bisilliat

Inglaterra

Nascida na Inglaterra, viajou intensamente quando criança o que mais tarde a levou à busca das raízes que caracterizam seu trabalho. Chegou ao Brasil em 1952 e naturalizou-se em 1963. Iniciou seus estudos em artes plásticas com André Lhote (Paris, 1955) e no Art Students’ League (Nova York, 1957). Sentindo necessidade de um contato mais direto com a realidade aparente, partiu da pintura para a fotografia em 1962. Dez anos de fotojornalismo na equipe Realidade-4Rodas (1964-72), deram-lhe a possibilidade de viajar constantemente para as regiões mais distantes do país. Essas andanças resultaram na elaboração de um projeto em que traça equivalências fotográficas dos mundos retratados pelos escritores Euclides da Cunha, João Guimarães Rosa, Jorge Amado, João Cabral de Melo Neto, Mário de Andrade e Adélia Prado. De 1972 a 1977, viajou com frequência ao Xingu e, em 1979, lançou, em coautoria com os Irmãos Villas Boas, o livro Xingu/Território Tribal, publicado em cinco idiomas. Deste trabalho resultou uma instalação na XIII Bienal de São Paulo – Prêmio da Crítica (1975) – e Xingu/Terra (1982), documentário longa-metragem filmado por Lúcio Kodato. Em 1982, este documentário abre o Margaret Mead Film Festival no Museu de História Natural de Nova York. Foi bolsista da John Simon Guggenheim Foundation (1970), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CNPq (1981-87) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo FAPESP (1984-87). Junto com seu marido, Jacques Bisilliat, e seu sócio, o arquiteto Antônio Marcos Silva, criou O Bode Galeria de Arte Popular (1972-1992). Essa experiência prática e vivencial motivou o convite de Darcy Ribeiro para a criação do Acervo de Arte Popular Latino-Americana. Desse acervo nasceu o Pavilhão da Criatividade do Memorial da América Latina, inaugurado em 1989, do qual foi diretora desde sua criação. Em 2003, o Instituto Moreira Salles adquiriu seu acervo fotográfico, publicando, em outubro de 2009, o livro FOTOGRAFIAS / Maureen Bisilliat e organizando a exposição de seu trabalho. A iniciativa do Instituto Moreira Salles reavivou o interesse da fotografIa pelos seus trabalhos, até então esquecidos nos armários do tempo. Os prêmios Porto Seguro de Fotografia, a Ordem do Ipiranga, a Ordem do Mérito Cultural e a Ordem da Defesa, todos recebidos em 2010, indicam a repercussão positiva desta redescoberta.






Voltar